
Após críticas de Oruam a uma operação policial no Rio de Janeiro, a figura de seu pai, Marcinho VP, volta ao centro do debate público sobre crime, arte e herança familiar.
Guarapari (ES), 02 de novembro de 2025 — A recente manifestação do rapper Oruam contra uma operação policial que deixou dezenas de mortos nos complexos do Alemão e da Penha reacendeu o interesse sobre seu pai, Marcinho VP, um dos líderes históricos do Comando Vermelho. Preso desde 1996, Marcinho VP é uma figura controversa no cenário do tráfico de drogas no Rio de Janeiro e exerce influência direta na trajetória artística do filho. Veja Central Policial
Marcinho VP, cujo nome verdadeiro é Márcio dos Santos Nepomuceno, nasceu em Vigário Geral e cresceu em São João de Meriti. Ele ganhou notoriedade como liderança do Comando Vermelho, sendo condenado por crimes como homicídio e associação ao tráfico. Mesmo encarcerado, mantém presença pública por meio de livros e redes sociais, onde divulga manifestos e reflexões sobre o sistema prisional.
Oruam, por sua vez, é um dos nomes mais influentes do trap nacional. Suas letras abordam a realidade das favelas, a violência policial e a resistência cultural. Em diversas entrevistas e músicas, o rapper menciona seu pai, ora como inspiração, ora como símbolo de uma luta social. Durante o Lollapalooza 2025, Oruam usou uma camiseta com os dizeres “Liberdade para Marcinho VP”, gesto que gerou ampla repercussão.
A crítica de Oruam à operação policial, que ele classificou como “chacina”, provocou reações intensas nas redes sociais. “Minha alma sangra quando a favela chora”, escreveu o artista, evidenciando o impacto emocional da violência sobre moradores de comunidades periféricas. A fala também reacendeu o debate sobre o papel da arte como forma de denúncia e sobre os limites entre expressão artística e apologia ao crime.
A figura do pai do Oruam representa uma dualidade complexa: de um lado, o histórico criminal de Marcinho VP; de outro, a influência que exerce sobre o filho artista, que transforma dor e vivência em música. Oruam não nega sua origem, mas busca ressignificá-la por meio da arte, mesmo que isso o coloque em confronto com a opinião pública.
Conclusão:
A história do pai do Oruam é marcada por controvérsias, resistência e impacto cultural. Ao trazer essa figura à tona, Oruam convida o público a refletir sobre os ciclos de exclusão, criminalização e a potência da arte como ferramenta de transformação.
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