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Instalação de novos radares em Belo Horizonte gera polêmica, ação judicial e dúvidas sobre funcionamento noturno

Instalação de novos radares em Belo Horizonte gera polêmica, ação judicial e dúvidas sobre funcionamento noturno
Instalação de novos radares em Belo Horizonte gera polêmica, ação judicial e dúvidas sobre funcionamento noturno 2

A recente decisão da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) de instalar novos radares no Anel Rodoviário da capital mineira está provocando controvérsia entre autoridades, motoristas e especialistas em mobilidade urbana. A medida, que visa reforçar a fiscalização e reduzir acidentes em um dos trechos mais perigosos da cidade, enfrenta questionamentos jurídicos e técnicos, além de levantar dúvidas sobre o funcionamento dos equipamentos durante a madrugada.

Contexto da instalação

Desde que o Anel Rodoviário foi municipalizado em junho de 2025, a PBH assumiu a responsabilidade pela gestão e segurança da via. Como parte do plano de reestruturação, foi anunciada a substituição dos 20 radares antigos, antes operados pelo DNIT, por 40 novos equipamentos de fiscalização eletrônica. A instalação será realizada pela BHTrans, cobrindo o trecho entre os bairros Olhos D’Água e Avenida Cristiano Machado.

Segundo a Prefeitura, os novos radares contam com tecnologia mais avançada, capazes de registrar infrações com maior precisão, incluindo excesso de velocidade, avanço de sinal e uso indevido de faixas.

Questionamento judicial

A decisão da PBH, no entanto, foi contestada pelo vereador Pablo Almeida (PL), que entrou com uma ação no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O parlamentar alega que a instalação dos equipamentos foi feita sem a devida transparência e consulta pública, e que o número de radares pode ser excessivo para o trecho em questão.

O TJMG acatou o pedido e determinou que a Prefeitura se manifeste oficialmente sobre o plano de instalação no prazo de cinco dias úteis. A ação reacende o debate sobre o equilíbrio entre segurança viária e fiscalização punitiva.

Dúvidas sobre funcionamento noturno

Outro ponto que gerou dúvidas entre os motoristas diz respeito ao funcionamento dos radares durante a madrugada. Especialistas em trânsito esclareceram que, em Belo Horizonte, os radares de avanço de sinal não aplicam multas entre 23h59 e 5h, como medida de segurança pública.

Essa regra foi adotada para evitar penalizações injustas em horários de menor fluxo, quando motoristas podem avançar sinais vermelhos por precaução, especialmente em áreas com histórico de violência urbana. No entanto, os radares de velocidade continuam operando normalmente durante esse período.

Dados de fiscalização

De acordo com a BHTrans, Belo Horizonte possui atualmente 524 equipamentos de fiscalização eletrônica. Somente no primeiro semestre de 2025, foram registradas 59.978 infrações por avanço de sinal, o que reforça a importância da fiscalização, mas também levanta preocupações sobre o impacto das multas no cotidiano dos motoristas.

Segurança no Anel Rodoviário

O Anel Rodoviário é considerado um dos trechos mais críticos da capital mineira, com alto índice de acidentes, atropelamentos e congestionamentos. A municipalização da via foi vista como uma oportunidade para implementar melhorias, mas a instalação dos radares se tornou o ponto mais sensível do projeto.

Conclusão

A instalação dos novos radares em Belo Horizonte representa um esforço da Prefeitura para melhorar a segurança viária, mas também levanta questões jurídicas, técnicas e sociais. Com a ação judicial em andamento e os esclarecimentos sobre o funcionamento noturno, o tema segue em debate entre autoridades e cidadãos.

Motoristas devem ficar atentos às mudanças e acompanhar os desdobramentos da decisão judicial, enquanto especialistas reforçam a importância de equilibrar fiscalização com educação no trânsito.

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